domingo, 12 de dezembro de 2010

"O cheiro do seu cheiro não me deixa em paz."...lembra dessa?

Se meu cheiro tem algo de masculino deve ser teu sexo. Sua insegurança que impregna na minha pele e me faz querer gritar. Deve ser de todo esse medo contido, esse amor reprimido, essa fala distorcida e sem nexo que você diz. Por que tudo isso cheira, e fede.
Meu perfume é o teu próprio, meu bem. Pego pelo próprio veneno. Não gostou? Cheirava tua covardia que impede o reconhecimento
Agora se quer saber do meu cheiro mesmo, saiba que cheira entrega. Entrega de corpo, de alma, de traumas e medos. Entrega de 21 gramas. Da “Insustentável leveza do ser”. Somados à quase 50 quilos.
Cheira o primeiro amor, daqueles de filme. Cheira risadas, beijos e abraços. Cheira cervejas, viagem e momentos. Não é de ralo o cheiro daqui, meu caro. É de flor, ainda que de pano. E enquanto você falava o suor deve tê-lo transformado. Não sei, essa é apenas uma explicação. Uma tentativa de sustentar aquilo que despenca, que desmancha.
Eu sou de carne, sabia? Aqui bate aquele troço... Ah, o coração. E nele, em meio a sangue, veias e músculo cabe um tanto bom de amor. E se eu espremer um pouco cabe você todinho aqui. Só que tem que tem que vir sem cheiro, perfumes ou disfarces. Venha você que te encaixo nele. É do seu número.
Mas antes quero que saiba de uma coisa: que o amor é renuncia e eu reconheço isso. E se não por isso jamais teria deixado pra trás o que me prendia no passado. Pode soar meio hipócrita vindo de boca de historiadora, mas é a mais pura verdade.
O que me prende nessa insistência é a certeza de que também houve renúncia vinda daí, e isso prova o sentimento. E isso alimenta tudo.
Me espera que eu te espero, por que eu ainda acredito na gente.

“Se teu pão, ser tua comida. Todo o amor que houver nessa vida. E algum trocado pra dar garantia...”.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Strani Amore

Se hoje eu pudesse te pedir uma coisa, pediria seu olhar. Mas queria que ele viesse despido, sem desculpas ou joguinhos. Queria ele puramente, como que se nada mais no mundo pudesse cobrir a sinceridade que nasce do sentimento.
Mas há um cadinho de cada coisa na sua fala, entende?Eu não sei se mais ou menos de qual, mas eu sei que é despedaçado, picado. Não há nada de inteiriço ai, meu amor. E eu tento reconstruir, mas os cacos tem me ferido constantemente. Como se penetrassem em minha pele e se transformasse em algodão depois, a fim de sanar a dor antes mesmo que se estancasse o sangue. Mas eu não quero assim, eu não posso assim. Eu quero o algodão por cima da pele lisa, sem cortes. E que o sangue escorra levando a dor pra depois a gente tentar estancar juntos, sem ilusões.
Talvez eu não devesse te pedir nada, mas é que não consigo ser menos eu. E eu sou assim, com algumas cobranças que pra mim são naturais a quem ama. Com necessidades. E eu não quero que ninguém mais as cubra... Eu quero você. Mas não faz assim... Fique aqui por mais um tempo e deixe que meu corpo e o seu se una em um só, que nossas almas se encostem e se sintam mais. Deixa que depois te dou um trocado, te pago por isso. Só não saia assim agora, sem mais comentários ou explicações. Reza pra São Benedito, bobo!Quem sabe não te ajuda a centrar essa cabeça flutuante. Por que ela anda como se só tivesse asas, mas dessas sem direção, perdida, que rodopia de um lado pro outro sem poder alçar um vôo realmente. Meu coração também andou assim por esses tempos, sabia?Confuso, querendo o mundo. E não adianta dizer que tudo mudou de repente pq estaria mentindo. Na verdade ele ainda vive um processo. Lembra do papo da meretriz que do amor ficou cansada?Talvez seja isso, e os videntes que me confirmem. Mas é que meu coração de vazio ás vezes parece grande, e a náusea que ele me dá – como estômago de menino com lombriga – me faz querer enchê-lo até onde puder, até quase transbordar. Mas dessa vez eu me cansei de inundações e quero tudo nos conformes. Plausível, possível, palpável.

“E lo aspetti ad un telefono
Litigando che sEi libero
con il cuore nello stomaco
Un gomitolo nell'angolo
Lì da solo, dentro un brivido
Ma perché lui non c'è

E sono strani amori che
Fanno crescere e sorridere
Tra le lacrime
Quante pagine lì da scrivere
Sogni e lividi da dividere
Sono amori che spesso a questa età
Si confondono dentro a quest'anima
Che si interroga senza decidere
Se è un amore che va per noi “

terça-feira, 22 de junho de 2010

Cadê?

Acontece que meu coração não sabe chorar.e muito menos alegrias ele pode ter.não assim,cercado de regalias.ele precisa sangrar um pouco antes. mal de poeta.as músicas que invadem meus ouvidos nas maioria das vezes tem me feito prisioneira de um mundo que sonho viver um dia...talvez pq já o vivi e agora,distante de toda e qualquer poesia,não sei onde encontrá-lo.
Ontem,enquanto lembrava de coisas passadas e de risos amigos (fique em paz,jow) pude perceber que a mudança juvenil é uma constante a qual não há como escapar.o mesmo peito que já foi carregado de cores e amores encontra-se agora,mesmo que por alguns momentos apenas,inundado pelo espírito da verdade.nada de mentiras ou ilusões.a vida como ela é.e isso é difícil,sabiam?
A menina não está aqui.mas talvez ela volte,amanhã ou depois.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

A Ana é azeda,mas é doce quando é doce.

(Pra você que só me lê escondido...)
.



Eu gosto de como você fala. Eu gosto de saber que você escolheu as coisas certas, que optou por sua felicidade e não pela convenção social. Eu gosto de como seu cabelo cresce rápido e combina com estes olhos que mais parecem dois limõezinhos. Eu gosto de como você sempre sabe o que fazer e sempre compra a roupa mais bonita pelo menor preço.Eu gosto de como você dança depois de beber uma mega melancia atômica.Eu gosto de como você diz “te amo” por gestos e de como você esconde tão bem seus sentimentos,mesmo eu tendo o dom de vê-los ainda assim.E eu gosto de relembrar as brincadeiras de infância:da pamonha velha à Telemig.
E tem sua covinha,seu sorriso,seu jeito,sua comida,seus conselhos,seu abraço (recuado sempre)... Eu gosto de te ter por perto.De saber que a distância não muda o sentimento e que por mais que o mundo entre em colapso o meu sangue ta ai e o seu aqui
O que eu não gosto é quando você diz que eu estou me tornando uma estranha.Pq se quer saber,isso é impossível.Pelo menos pra mim,você jamais será uma.Pq eu te conheço por dentro,lá no fundo.Eu sei sua risada e seu choro;eu sei a grossura do seu cabelo;o que te faz feliz;o que te faz raiva – e isso por vezes é de grande valia.Eu sei.
E você também sabe....Isso pq a gente transcendeu o conceito de fraternidade.A nossa fome,mesmo que de formas diferentes,pela mudança e pelo novo,nos levou à um caminho diferente dos traçados pelos outros irmãos no mundo.Hoje somos mais,muito mais.Pq eu sinto quando olho no seu olhar e quando te abraço que somos tudo isso.
E a cada dia que passa,a cada saudade que aumenta,a cada conversa e segredo contado, eu confirmo tudo que eu sempre soube:que eu te amo e que não poderia viver sem você.Você é meu contraponto.Sem você seria como se todo meu ser fosse sim ou não,branco ou preto.Não existiria o equilíbrio,o outro lado.Sem você talvez eu não existisse.Pelo menos não essa aqui.E mesmo com toda minha insegurança,todo meu jeito confuso de querer abraçar o mundo e nunca saber que roupa ou sapato ir nas festas de 15 anos eu sou completamente segura em nossa relação,pq nela não resta dúvidas.A gente se ama,a gente nem sempre se entende mas a gente sempre se perdoa.A gente é irmã.
Eu gosto de ter você e não gosto da idéia de um dia te perder.Fica assim e aqui pra sempre,chatura?

quarta-feira, 24 de março de 2010

Pra Amanda Palmer.

(obs.:não "entendível" por qualquer um.)



Ah,Amanda!Por que ir embora tão cedo?Justo agora que já tinha me acostumado com todas suas cores - ainda que daltônica e confusa às vezes.Queria de novo suas sobrancelhas e toda sua irreverência,mas você me traiu Amanda.Trocado por Neil.Ou seria por Pelotas?Uberlândia,Campinas,São Paulo e Porto Alegre?Mas o fato é que você não está aqui,comigo.
Eu ainda tento te carregar no bolso,sabia?Na minha caixinha de vida onde carrego meu sangue (não aquele vermelho,clichê.o outro,o que corre nas veias da minha alma jovem.)
Bobagem minha na verdade.Ora bolas,você nunca foi carregável.Não assim,com toda essa facilidade.Precisava era de ter permanecido quietinha aqui,senhorita,e futura senhora, Amanda.Na minha alma,isso sim.E de lá nunca ter saído.
Quer saber de uma coisa?Deveria eu ter cuidado disso.Ou melhor,mandado minha mãe cuidar.Não que ela entenda desse nosso estilo - coitada de mim;seu estilo.Não que ela siga aquela religião onde a única regra é amar ou entenda sobre morder a mão e coisa e tal.Mas de uma coisa ela entende:chaves.E ela,caso eu tivesse pedido a tempo,teria feito um baú pra te guardar e depois eu deixaria a chave na papete da Camila!Ah,mas por que eu não pensei nisso antes?Agora tô eu aqui,correndo atrás de você e você correndo de mim.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Feito para enfeitar.

-Que Vida é essa que traz dor?Que surpreende com a imensidão de sabores e finais (in) felizes?Vida estranha. Estranha Vida. Vida que adentra vida pra vivenciar as inconseqüências.e seria eu a Morte?Cheia de rancor e moralidade?Minha poesia mais parece um conto de Vincent Price e meus monstros são tão reais quanto suas palavras ditas no canto da sala.
Como pode, Vida e Morte?
Mesmo cercada de falas e risadas foram feitas pro silêncio. Pros sonhos. Esporadicamente lhes resta um tanto de flores, um canto de pássaros. Mas isso não basta pra vida inteira.
A Morte sempre teve pouco a oferecer. Uma foice, acidente, queimadura para os mais pecadores. Já a Vida... Ela tinha uma vida de coisas a oferecer. Tomada pela modéstia, coitada, quase não percebia que se não fosse ela até a Morte teria morrido.
-mas não se cansam de ser tantas coisas?
-Vida ruim, Vida boa, Vida mansa... Quem dera Morresse.
E pra que chama-las se nem ao menos as conhecem?Que entende da Vida essa ciência que mede tempo?Que sabe da Morte esse criador que jamais sentiu o peso de se ser mortal?Ah, me poupem.
Nem tempo tiveram pra admirarem.
Nem mesmo vocês se admiraram, Vida e Morte.
Vida sempre presa no mistério negro da Morte, confusa e colorida.
Morte se perdendo nas cores da Vida.
Mal puderam se olhar direito. Talvez, se tivessem se olhado e se fundido em uma coisa só, a eternidade seria concebida. Não na forma carnal como podem sugerir, mas fruto do silêncio. Por que aquilo que se instala no caos não lhes serve pra nada, a não ser para impor limites.

E que tal seria o inverso?Se talvez a Morte fosse dada a todos como se o fim viesse primeiro, e logo depois a Vida surgisse cheia de... Cheia de vida... Que tal seria?

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Desabafo.

Não sei se alguém andou percebendo,e se sim não me surpreenderia,mas sentimentos estranhos me assolaram ultimamente.Na verdade,muitos deles.O susto e a saudade,no entanto,parecem caminhar juntos nessa minha trajetória pequena de 17 anos e,de novo,sinto que algo aperta aqui dentro.No ônibus,enquanto chorava e via um sonho se distanciar ainda mais,pensei que fosse o cinto de segurança.Soltei um pouco,na esperança de desprender a cintura.Chegando em casa – nova casa – cheguei a pensar ser um problema fisiológico talvez,gastrite atacada ou coisa do tipo.Mas não meus amigos,era saudade.Pra falar a verdade já havia me acostumado tanto com ela nestes últimos 4 anos que não pensei que fosse ser assim.Até mesmo nas minhas últimas horas,enquanto jurava amor eterno e amizade incondicional não foi tão intensa a dor.Mas ali,naquele ônibus,e ainda hoje e em todos os outros dias que se seguiram,parece que a D. Saudade me pegou de jeito.Me abraçou no estilo digno de um tamanduá bandeira,se é que me entendem.E alguns se assuntam tanto quanto eu ao ouvir ou ler isso,eu sei."Mas de novo?Ela não se acostumou?Não é a terra dela?"Pois é,ai que entra o susto.
Eu também pensei que tudo seria bem mais fácil,afinal,estou andando em nuvens teoricamente.Vida mansa,vida boa.O que mais querer?Mas não.Sabe,esse cantinho de concreto ai,agora tão distante,me ensinou muito mais do que o jeito paulista – o qual me cabe muito agradecer,afinal.E eu nunca imaginei que o cinza daí me mostrasse tantas cores,mas mostrou.
Quebrou tabus,poetizou,cantou,sambou,bebeu,alegrou.Fez muito mais do que eu podia esperar.E agora eu to sentindo uma falta do tamanho do mundo.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Cabelos e olhos - menino mistério.

Esses fios,que se confundem aos meus,embriagados e molhados pelo suor incosequente da manhã pé-de-cachimbo,modelam o mistério que se esconde por detrás destes olhos esprimidos que insistem em apagar a luz e fechar as cortinas.
E eu,pobre coitada,lutando para tê-los meus.Buscando através de sombrancelhas,cílios e íris,descobrir o que se esconde aí,menino mistério.Sedenta por suas histórias...Falante incoerente que te cobre de palavras avulsas que de nada interessam.
Ah!,mas me dá dó.Menina de cá querendo menino daí;fingindo para os de lá que nem está aqui.Coitada,nem sabe o que quer - E que amarelo sem graça vocÊ foi se envolver,heim menino?!
Mas voltando aos cabelos,sabia que me impressiona a precisão divina e genética?Por que se feitos lisos e lambidos,como aqueles que outrora lutavam meninas cor-de-rosa para ter,não haveria tamanha demonstração da seu eu.Ou você pensa que está tão protegido assim?O que se esconde em palavras e gestos se faz em cachos bagunçados e desordenados como os meus pensamentos de menina.
E seus olhos não negam a beleza guardada.
Timidos e pequenos,eles preservam a maravilha misteriosa de ser o que se é.Carregm em si vestígios de uma alma quieta,quase inexistente,sentada encolhida por detr´s do coração que de longe parece nem bater.Mas você não aguenta menino mistério,e se desfaz em risadas.
-Quem é essa que tenta te acordar,alma calmaria?
E quando ri,seus olhos se espremem ainda mais.Sua alma quase que não se aguenta nesse peito branco seu.Mas você fica firme,se segura antes que eu veja demais.
Mas talvez esse mistério não tenha nascido para ser desvendado mesmo.Ele deve ser suposto,sentido,cheirado e beijado.Mas nunca preso!Isso não!Se firmado na palma da mão ele se esvai por entre os dedos.
Como se tentasse aprissionar fumaça,entende menino mistério?