quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Peyote

Lucy in the sky with diamonds.


Com aqueles olhos pequeninos ela jamais poderia enxergar o que realmente estava acontecendo. Mas era lindo, colorido, completamente liberto de qualquer maldade.Era como se seus olhos fossem caleidoscópios.
Ela dançava e sorria... Ela amava e isso era completamente inovador pro coração daquela pobre índia do Atacama. Seu avô fora chefe da tribo, e agora era seu irmão quem comandava aquele povo, hoje já sem esperança. Mas ela ainda lutava!Ela sabia que a vida podia ser diferente do que contaram-lhe os sofredores e reprimidos...
Pq ela sabia andar entre areia e peyotes...
Ela encontrava a paz no sol quente que escurece a pele e o coração. E ela se inebriava!
Era meio índia, meio branca. Carregava o nome da América. Era Lucy.
Ninguém jamais a quisera como amiga... Como poderia uma índia assim?De onde viera?Seria praga dos deuses?Castigo?
Ah!Pobre Lucy!
Mas ela não se importava mais, pq agora tinha sua vida imaginária, que era muito mais interessante que aquela outra do povo, e podia sorrir quando quisesse. A angustia não fazia parte de seu corpo, pq agora ele era livre.
Ele era flor, era ave, era tigre, era porta aberta. The doors.
E a curiosidade pela morte foi trocada pela vida. E o medo da vida substituído pelo prazer de viver. E o povo, a América e a caça... Fodam-se!Era isso que dizia Lucy.
Pq pra ela pouco importava se sua pele era mais clara e haviam flores laranjas saindo de sua cabeça... Ela era tudo, poxa!Não pode?Não se pode ser tudo e todas as coisas ao mesmo tempo?Pq ela era rainha, índia, cacto... Ela era azeda, muito ácida. Mas era doce, como a Ana.
E quando ela rodava, o mundo parecia rodar junto. E quando ela caia um terremoto se alastrava pelo mundo. E quando ela sorria... Ah, quando ela sorria... O mundo inteiro parecia sorrir. Mas quando ela chorava pobrezinha, todos estavam com a foice ao seu lado. Todos.
E gritava sem parar:
-Tudo vai dar certo!
-Gloria, gloria, gloria!
Até chegar o fim,e ela voltava a ser o de antes.
Ele não era seu amigo.Ele era o fim.
E no oeste,tudo era melhor.

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