Se acaso me encontrares
Escondida em jazida escura
Lembre-se de que foi meu ouro,
procure por minha tumba
"-Aqui jaz pobre coitada
que morreu sem mais demoras,
que pelo amor foi apedrejada
e à sete palmos está agora."
Escrito em palavras sólidas
de dourado e curtas letras.
Epitáfio de alma cálida
cercado por rosas negras
Ah!Se em vida eu estivesse,
se pisasse em firme chão,
ainda arrastaria dias por este amor.
Por que não há beleza se não em ti.
Nem mesmo a luz que se aproxima,
que irradia a minha sina,
é capaz de me inebriar
E quis teus risos,tuas histórias,
teu poema e tua flor.
Quis teus cantos de amor
pra contar-lhe minha memórias
Quis ser harpa dedilhada
Ser alimento e ar...tua vida.
Ser tua mulher,sua amiga,
ser amante e ser amada
Mas me julgastes meretriz!
E tão pouco me quizestes
pra em sua cama me deitar.
E tamanho foi o desamor
que do amor fiquei cansada
e aterrada fui descansar.
sábado, 26 de setembro de 2009
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Jeito de mato.
Come se fossem intermináveis as férias e/ou feriados seguem por dias, e dias, e horas... Se permitem o desfrute de se eternizarem. E é nesse ponto de pseudo-sempre que surgem as vontades espremidas no cantinho da alma, junto das tais conversas passadistas familiares. Não que isso seja pecado, muito pelo contrário, me parece uma ótima ocupação, mas um tanto quanto decadente. Isso por que somos - nós filhos da tradição e do pão de queijo - construídos de desejos reprimidos e vontades transformadas em piadas. Também temos o doce e o melado da fala mansa, e digo com orgulho. Mas a casa ainda é assassinada pela moral interiorana.
Ah!Se pudesse acho que todos gritariam suas poesias, fantasias e músicas. Declarariam fetiches aos velhinhos do coreto e mergulhariam em uma overdose de alma, diferente desta que tenho visto nas Minas Gerais. Se coubesse nesse tal canto de terra roxa e mato, diriam sobre seus mitos, fantasias e da extrema admiração pelo impossível. E no meio do gado e da baquiária se assumiria o “eu” que mata e sangra o costume dos baianos cansados - mas trabalhadores, que fique claro. Inteiramente desproporcional e indireto.
Mas mesmo com o amargo no fim do doce de figo eu sei que eles gostam... Eu gosto!O frescor do passado. As lembranças, as certezas incontestáveis (agora contestadas), a nostalgia que surge sempre depois de uns goles a mais – e vem carregada de “uai”.
Pode até ser que Drummond estivesse certo ao dizer: “Há os mineiros que ficam e os mineiros que vão”. E realmente, muitos não se adaptarão novamente a casa amada com cheiro de mato... Mas não se esquecerão e, com certeza, apagarão as más lembranças.
Lá, nos meus breves momentos, finjo sem fingir. Me entorpeço no doce azedo da vida, quase uma coalhada, e posso ser quem não sou sem gastar grandes ursupações. A incrível naturalidade de ser quem se deve ser, pensar o que se deve pensar e falar somente o agradável (seguido de “uai”) acontece. Vem de dentro e estoura, fascinando de fora.
Traumas de tradição não destroem o orgulho do pé no chão não, Drummond.
Ah!Se pudesse acho que todos gritariam suas poesias, fantasias e músicas. Declarariam fetiches aos velhinhos do coreto e mergulhariam em uma overdose de alma, diferente desta que tenho visto nas Minas Gerais. Se coubesse nesse tal canto de terra roxa e mato, diriam sobre seus mitos, fantasias e da extrema admiração pelo impossível. E no meio do gado e da baquiária se assumiria o “eu” que mata e sangra o costume dos baianos cansados - mas trabalhadores, que fique claro. Inteiramente desproporcional e indireto.
Mas mesmo com o amargo no fim do doce de figo eu sei que eles gostam... Eu gosto!O frescor do passado. As lembranças, as certezas incontestáveis (agora contestadas), a nostalgia que surge sempre depois de uns goles a mais – e vem carregada de “uai”.
Pode até ser que Drummond estivesse certo ao dizer: “Há os mineiros que ficam e os mineiros que vão”. E realmente, muitos não se adaptarão novamente a casa amada com cheiro de mato... Mas não se esquecerão e, com certeza, apagarão as más lembranças.
Lá, nos meus breves momentos, finjo sem fingir. Me entorpeço no doce azedo da vida, quase uma coalhada, e posso ser quem não sou sem gastar grandes ursupações. A incrível naturalidade de ser quem se deve ser, pensar o que se deve pensar e falar somente o agradável (seguido de “uai”) acontece. Vem de dentro e estoura, fascinando de fora.
Traumas de tradição não destroem o orgulho do pé no chão não, Drummond.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Versos (es)corridos.
Mão-pedra,cai no chão
liberta esse pobre coração que não sabe amar
que samba sozinho no samba pra dois
que anda trôpego por só se calar
Segue caminho de trem
vá como quiser,mas paire longe desse coitado coração
Não vês que está zangado?
Entregue sem perdão?
Se corte na navalha
se queime em brasa quente
Apenas se jogue de um precipício,óh minha querida.
Não ouse se aproximar da boca
Se contenha em unhas e dedos
suma antes que o coração se perturbe
antes que a alma te reconheça e fique louca.
Céu cinza,coração?
é a mão que tapou o sol.
são os dedos que escoam dor.
é o nojo que raia o dia.
liberta esse pobre coração que não sabe amar
que samba sozinho no samba pra dois
que anda trôpego por só se calar
Segue caminho de trem
vá como quiser,mas paire longe desse coitado coração
Não vês que está zangado?
Entregue sem perdão?
Se corte na navalha
se queime em brasa quente
Apenas se jogue de um precipício,óh minha querida.
Não ouse se aproximar da boca
Se contenha em unhas e dedos
suma antes que o coração se perturbe
antes que a alma te reconheça e fique louca.
Céu cinza,coração?
é a mão que tapou o sol.
são os dedos que escoam dor.
é o nojo que raia o dia.
Retrato de um passado ou personificação da Morte.
Ao que me parece está começando de novo.A ânsia que vem do ímpeto,a gastrite cardíaca,o nojo ocular e do tempo.Não deveria me atrever a escrever tão cruelmente sobre algo que deveria representar poesia,afinal,existe sentimento mais poético que a dor?O desamor?Receio que haja a Morte,frenética e charmosa dona dos pensamentos mais sublimes e macabros (morte macabra...soa um tanto redundante,não?nemumpoucobonito.)
Estive pensando quanto a cor e o cheiro desse papel virtual em que escrevo.Não que ele exale algo,mas já é de se imaginar que alguém que ama palavras,como eu,se entregue à sinestesia.
O cheiro da dor.O cheiro do desamor.O cheiro do ralo (me parecem tem esquecido do cheiro da Morte.Mas há quem se lembre.)
E por incrível que pareça o cheiro tem um lugar.O grandioso amassado de cimento que me afasta da boca do bueiro é tão próximo que ás vezes minhas pernas tremem.Este enorme cinza que barra o meu vermelho (que acaba por se reproduzir aqui.)Vermelho da terra que sustenta meu campos,todos,os gerais.(ou seria terra roxa?).
E tem o preto do barulho,da sua proteção e locomoção,oh Morte!
E chega de mansinho dessa vez...na madrugada embaça meus olhos e eu sei que está por perto.Muito mais que perto.Dentro de mim.Mais precisamente ao lado do canto que solta o fedor da dor e do medo.
Eu só não quero sair da linha,senhora (or) Morte.
Estive pensando quanto a cor e o cheiro desse papel virtual em que escrevo.Não que ele exale algo,mas já é de se imaginar que alguém que ama palavras,como eu,se entregue à sinestesia.
O cheiro da dor.O cheiro do desamor.O cheiro do ralo (me parecem tem esquecido do cheiro da Morte.Mas há quem se lembre.)
E por incrível que pareça o cheiro tem um lugar.O grandioso amassado de cimento que me afasta da boca do bueiro é tão próximo que ás vezes minhas pernas tremem.Este enorme cinza que barra o meu vermelho (que acaba por se reproduzir aqui.)Vermelho da terra que sustenta meu campos,todos,os gerais.(ou seria terra roxa?).
E tem o preto do barulho,da sua proteção e locomoção,oh Morte!
E chega de mansinho dessa vez...na madrugada embaça meus olhos e eu sei que está por perto.Muito mais que perto.Dentro de mim.Mais precisamente ao lado do canto que solta o fedor da dor e do medo.
Eu só não quero sair da linha,senhora (or) Morte.
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